O Mundo De ESports: Minha Experiência No AWS VALORANT Champions VIP Hospitality 2023
Se você acha que Los Angeles se resume apenas a celebridades de Hollywood e palmeiras, você está enganado. Recentemente, tive o privilégio de ser convidada pela AWS - Amazon Web Services para participar da final do VALORANT Championship. Foram dois dias repletos de adrenalina no mundo dos eSports, que me proporcionaram uma perspectiva totalmente nova sobre videogames.
eSports É Mais do que Apenas Games
Antes de contar como foi minha experiência, quero esclarecer algo sobre a indústria de eSports. Não se trata apenas de um grupo de pessoas (nerds 😝) jogando videogames; é um ambiente altamente organizado e competitivo, onde gamers de elite lutam pela fama (sim, eles são celebridades) e fortuna. Pense nisso como as Olimpíadas dos jogos, onde equipes competem em diversos títulos e fãs do mundo inteiro sintonizam para assistir.
No auge da indústria de eSports está a Riot Games, uma empresa desenvolvedora de jogos que conquistou o mundo dos jogos com League of Legends e Valorant. Valorant, é um jogo de tiro tático em primeira pessoa (FPS), gratuito, que possui uma enorme base de jogadores, exige mega precisão, trabalho em equipe, estratégia e uma latência SUPER baixa.
Para mim, este evento foi mais do que apenas assistir pessoas jogarem o jogo, foi ver como a AWS e a Riot Games se uniram para revolucionar o mundo dos eSports.
Uma Parceria Revolucionária entre a AWS e a Riot Games
Um dos problemas mais comuns em jogos online que dependem do tempo de resposta do jogador é a alta latência, a demora para que as informações cheguem ao servidor podem causar muita frustração a quem quer jogar em nível competitivo.
Agora imagine o seguinte: Riot Games, o gigante por trás de alguns dos títulos mais populares no mundo dos videogames, e a AWS, um gigante da computação em nuvem e inteligência artificial, se unindo para remodelar o cenário dos eSports. O resultado? BOOM, uma colaboração dinâmica que está levando os jogos a um novo patamar.
A AWS é o maior pilar por trás da Riot, provendo uma infraestrutura de primeira classe. Sua tecnologia de ponta otimiza a experiência do jogador, reduz a latência e garante que tudo funcione sem problemas. Em um mundo de eSports onde milissegundos podem fazer a diferença entre a vitória e a derrota, a AWS é um divisor de águas. Imagine assistir aos seus jogadores favoritos competirem em tempo real, com a AWS garantindo que você não perca um único lance da ação.
Painel Técnico com Geeks e Gamers
Um dos destaques do evento foi o Painel Técnico que tivemos na primeira noite, onde pudemos ouvir e fazer perguntas para algumas das mentes mais brilhantes dos jogos e da tecnologia.
Alex “Goldenboy” Mendez, um apresentador de eSports e comentarista com experiência em jogos competitivos, começou liderando a discussão e explicando como funciona o jogo Valorant. Ele abordou tópicos como os diferentes agentes no jogo e suas funções, alguns tipos de armas e a estrutura geral dos torneios do Valorant Champions Tour. O que entendi disso foi: Valorant recompensa a estratégia e o pensamento tático. Isso exige uma combinação de habilidades de mira, consciência do mapa, compreensão das habilidades dos agentes, tomada de decisões e cooperação com sua equipe (por isso os jogadores de equipe estão sempre conversando durante o jogo). Também foi incrível conversar com ele pessoalmente e, no dia seguinte, vê-lo na tela do estádio narrando o jogo.
Em seguida, houve um painel com engenheiros da AWS (Jun David, Randy James, e Shiva Natarajan) e da Riot Games (John Knauss, Brian Miller, e Gabriel Isenberg). Eles exploraram vários tópicos, que vou abordar a seguir, incluindo o lançamento do VALORANT e como a plataforma de jogadores da Riot evoluiu para acomodar jogadores de todo o mundo de forma perfeita.
Vantagem do “Peekers”
Um dos maiores desafios técnicos quando se trata de jogos de tiro como Valorant é a vantagem dos “peekers” ou o efeito chamado em inglês “Peekers advantage”.
O peeker’s advantage é uma situação comum em jogos de tiro, quando quem está saindo de um esconderijo consegue enxergar quem está do outro lado antes que essa pessoa consiga reagir. Isso está diretamente relacionado ao tempo necessário para que o jogo envie informações para os servidores, e, por isso, é importante diminuir esse tempo o máximo possível.
Para abordar esse recurso muitas vezes indesejado e melhorar a jogabilidade, a Riot Games está implementando várias mudanças:
- Mistura de Animação: A Riot está trabalhando na atualização da mistura de animação para eliminar a latência ao fazer a transição entre “correr” para “ficar parado”.
- Corpse Blocking: Eles estão lidando com o problema do corpse blocking ou “bloqueio de cadáver” (hehe não sei se esta é a melhor tradução) para garantir visibilidade constante do inimigo mesmo depois de terem sido eliminados.
- Atraso quando os Jogadores morrem: A Riot planeja introduzir um pequeno atraso nas mortes dos jogadores, permitindo que você veja o que o jogador que o derrotou está fazendo.
- Experiência de client otimizada: A experiência de client do jogo está sendo otimizada para rodar a 60FPS na maioria das máquinas modernas, com taxas de quadros mais altas para monitores de alta taxa de atualização.
- Redução to tamanho de buffer: Tanto clientes quanto servidores estão sendo executados com buffer mínimo para garantir uma jogabilidade mais responsiva. A Riot visa um buffer com quadro de dados de movimento para clientes e uma média de meio quadro de dados de movimento nos servidores.
- Redução de Latência: A Riot está focada em reduzir a latência para os jogadores e otimizar os servidores para alcançar um ping de 35ms para 70% da base de jogadores.
Agora, vamos falar sobre latência.
Redução de Latência
A Riot Games fez investimentos significativos na redução de latência para jogadores e na otimização do desempenho dos servidores. Sua abordagem inclui tanto o posicionamento estratégico dos servidores quanto aprimoramentos tecnológicos.
- Posicionamento Estratégico dos Servidores: Quando a Riot Games inicialmente se associou à AWS, sua estratégia de posicionamento de servidores era baseada na utilização das regiões da AWS. No entanto, por meio de uma abordagem baseada em dados que usou uma análise da base de jogadores do League of Legends, eles obtiveram informações valiosas sobre a demografia dos jogadores e a distribuição geográfica. Ao realizar avaliações detalhadas de fatores como ping, perda de pacotes e latência, ficou claro que os jogadores situados além das fronteiras dessas regiões da AWS não estavam experimentando uma experiência de jogo ideal.
Em resposta, a Riot Games fez a transição de Outposts da AWS para as Local Zones gerenciadas pela AWS, o que expandiu significativamente sua presença de servidores. Atualmente, eles operam em um total de 33 Local Zones em todo o mundo. Essa mudança permitiu à Riot atender aos jogadores em regiões anteriormente negligenciadas, garantindo uma experiência mais equitativa para todos. A identificação de jogadores que usam VPNs em várias localidades também informou sua estratégia de posicionamento de servidores. Essa avaliação foi baseada na latência do usuário em comparação com jogadores fisicamente localizados em regiões específicas.
- Otimização de Jogo: Chamado de Riot Direct este projeto analisa o fluxo de rede e escolhe as melhores rotas entre os servidores da empresa e a provedora de internet dos jogadores, evitando congestionamentos e colocando outros circuitos para minimizar problemas que podem interferir na experiência dos jogadores.
Combinação de Jogadores
Em termos de combinação de jogadores (conectar jogadores a um jogo), a Riot possui serviços dedicados para combinar jogadores com base no nível de habilidade e, o que é mais importante, na latência. Quando os jogadores tentam entrar em um jogo, eles verificam o ping para os servidores do jogo e também consideram como isso se correlaciona com as pessoas em seu grupo. Por exemplo, se eles estão em estados ou países diferentes, é imperativo conectá-los a um servidor de jogo que possa fornecer um desempenho satisfatório para todos os participantes, garantindo uma experiência de jogo justa.
Aprendizado de Máquina (ML)
Em colaboração com o Laboratório de Soluções do Amazon Machine Learning da AWS, a Riot Games aventurou-se no mundo do ML para prever a probabilidade de vitória de uma equipe, inicialmente no League of Legends e agora se expandindo para o Valorant. Essa iniciativa tem como objetivo criar uma API dinâmica que oferece atualizações em tempo real sobre a expectativa de vitória, enriquecendo a experiência para comentaristas ao vivo e espectadores.
Além disso, o ML é usado para Anti-cheat ou Detecção Automática de Smurfs. É impossível falar sobre jogos competitivos online sem falar de cheaters e hacks. Esses mecanismos monitoreiam os MMRs (classificação de matchmaking) das contas Smurf. O sistema de detecção de Smurfs funciona de forma que ele detectará o nível de habilidade das contas recém-criadas e as classificará mais rapidamente para ajustar a diferença de habilidade.
Jogar Como Carreira
Agora, deixe-me esclarecer um erro que eu sempre tive e que provavelmente muitos de vocês também têm: a ideia de que jogar videogame é apenas um hobby. Pelo que vi e aprendi no evento, jogar game pode ser uma carreira de verdade.
Os jogadores de hoje assinam contratos com equipes profissionais, beneficiam do apoio de treinadores, nutricionistas, personal trainers e fisioterapeutas, e ganham até milhões por meio de parcerias, streaming e campeonatos competitivos. Tive o privilégio de conversar com pessoas da equipe Loud, a equipe brasileira que conquistou o terceiro lugar no campeonato, e eles me esclareceram sobre a dedicação envolvida, na qual os jogadores jogam até 10h por dia, recebem treinamento especializado e muito mais.
No entanto, não pense que é fácil se tornar um jogador famoso. Isso exige uma quantidade incrível de tempo, esforço e uma infinidade de outros fatores, muitos dos quais continuam sendo um mistério para mim (caso contrário, estaria lá com eles hehe!).
Torneio de Campeões do VALORANT
Agora, vamos mergulhar na ação que foi o evento. Você pode assistir a um resumo do primeiro dia aqui. A partida das semifinais entre LOUD e Evil Geniuses deixou a platéia à beira dos nervos. Era um ponto atrás do outro. Claro eu fui apoiar a LOUD, então me juntei à animada torcida de brasileiros que estavam no estádio, gritando até minha voz arder (bem Loud mesmo). Infelizmente, a equipe Evil Geniuses ganhou em um emocionante final de 3-2.
Durante o evento, fizemos um tour exclusivo nos bastidores do Kia Forum, exploramos os detalhes da organização do evento, tudo que acontece por trás das cortinas (infelizmente não era permitido tirar fotos). Visitamos à sala com os servidores, guardada 24 horas por dia por um segurança. Apenas algumas pessoas específicas tinham acesso. A razão para os servidores físicos é que eles oferecem um desempenho previsível e uma latência mais baixa, crucial para o campeonato físico.
No estacionamento do estádio estavam os caminhões de transmissão. Esses caminhões se conectam a um centro principal em Dublin para cobertura global, atingindo milhões de espectadores online. A equipe de eventos globais da Riot trabalha com 22 parceiros de transmissão em 21 idiomas.
A transmissão começa no local da arena e é reunida em um feed mundial via Riot Direct (a mesma infraestrutura de servidor usada para jogos). A partir daí, é distribuída para equipes regionais em todo o mundo, cada uma com transmissões em idioma nativo e narrativas específicas da região.
No dia seguinte, foi a final do campeonato entre Evil Geniuses e Paper Rex de Cingapura. Estávamos todos ansiosos para saber quem ganharia o grande troféu de ouro e um prêmio de US$ 1 milhão. Voltamos ao Kia Forum, onde assistimos à cerimônia de abertura do Valorant Champions, com apresentações ao vivo de cantores e dançarinos, incluindo o hino oficial “Ticking Away” ft. Grabbitz & bbno, um remix Ignition com @its_emei e Jazz Alonso, e a música “Greater Than One” de @ericdoa3347. A cerimônia de abertura se assemelhou a uma final do Super Bowl, com uma exibição extravagante de fogo, fumaça e luzes que deixou a audiência super empolgada!
Você pode assistir aqui:
Foi uma batalha de inteligência e habilidades, e o Evil Geniuses ganhou o título com uma vitória por 3-1. Foi um momento histórico para a indústria de jogos, porque a treinadora da equipe, Christine Chi, também conhecida como Potter, se tornou a primeira treinadora feminina a vencer um grande campeonato de eSports.
O Futuro Brilhante dos Jogos
Em resumo, minha experiência no campeonato da Valorant, melhor chamada de AWS VALORANT Champions VIP Hospitality, foi incrível e cheia de surpresas. Desde o kit de boas-vindas cuidadosamente preparado, até as deliciosas refeições que desfrutamos em grupo, a animado fan fest, as envolventes discussões dos painéis, as visitas VIP e as emocionantes disputas de jogos – cada momento foi inesquecível.
Compartilhar essa jornada incrível com outros AWS Community Builder e Heroes foi um verdadeiro prazer e fez com que o evento fosse ainda mais empolgante e animado.
Agradeço sinceramente toda a equipe da AWS pelo convite e pela organização impecável desta experiência extraordinária, sem deixar nenhum detalhe de lado. Não vejo a hora de participar de outro evento da Riot Games no futuro.
Meu vlog será publicado em breve, então fique ligado no meu canal do Youtube ou nas minhas redes sociais, onde compartilharei quando estiver no ar!
Quais perguntas você tem sobre eSports, jogos baseados em nuvem e a tecnologia que impulsiona tudo isso? 🤔💭
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